Originado da árvore Araucaria angustifolia, o pinhão é muito usado na culinária brasileira, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. O hábito de consumo também vem da tradição de tribos indígenas, que ingeriam a semente repleta de propriedades benéficas para o organismo.
Segundo Monica Dupas Nicolosi, nutricionista e instrutora de gastronomia do Senac EAD, o tempo de produção do pinhão leva, em média, de 12 a 15 anos. “Algumas literaturas estimam que sua origem foi identificada há cerca de 200 milhões de anos”, complementa.
Por que o pinhão é bom para a saúde?
O pinhão está presente em diversos tipos de receitas, mas antes de incrementá-lo a pratos variados, vale entender sua ação no corpo. “A semente é uma rica fonte de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras”, destaca Karoline Honorato Brunácio, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera.
Vitamina C, magnésio, fósforo e zinco são algumas das propriedades. Mas o destaque vai para o potássio, pois, conforme Monica, ele evita a hipertensão arterial e promove o relaxamento muscular. Ela também lembra que o pinhão não contém glúten.
“Na composição do alimento também são registrados ácidos graxos e ômega 6 e 9, que ajudam na redução do colesterol e dos triglicerídeos plasmáticos”, diz. Essa função significa um auxílio na prevenção contra doenças do coração.
No caso das fibras, elas são importantes para uma boa digestão, prevenindo problemas intestinais, como constipação e síndrome do intestino irritável. Já a vitamina C é um antioxidante e anti-inflamatório que protege as células de danos dos radicais livres. A substância está envolvida na produção de colágeno e na imunidade do organismo.
Segundo Karoline, quem também ajuda a fortalecer o sistema imunológico são os minerais magnésio, fósforo e zinco. Ela lembra que os mesmos são importantes para a saúde dos ossos e dos músculos.
Ainda, combinado com uma dieta equilibrada orientada por um profissional, o pinhão ajuda a fornecer energia ao corpo. “A semente é rica em calorias, podendo ser empregada como suplemento calórico para trabalhadores, atletas, crianças e adolescentes em fase de crescimento”, conta Monica.
Por ter proteína vegetal, a instrutora de gastronomia também lembra como o pinhão pode ajudar na composição de alimentações veganas ou vegetarianas.
Uso do pinhão em receitas
Por ter um sabor mais neutro, o pinhão costuma ser acompanhado de outros ingredientes. Seu preparo pode variar entre receitas cozidas, assadas, doces e salgadas. No entanto, a semente não é muito encontrada como prato principal, justamente por não ter um gosto tão marcante quanto o do cogumelo, por exemplo.
“Uma das melhores formas de consumo é na chapa de fogão à lenha, típico no Paraná”, diz Ken Francis Kusayanagi, chef de cozinha e professor de gastronomia do Senac EAD. O entrevero é outra opção bem tradicional no Sul do país. “O prato é feito com vegetais, como pimentão, cebola, pinhão e pedaços de carne bovina ou suína. Ele é preparado em um tacho e muito apreciado, por ter um sabor de comida afetiva”, ele acrescenta.
É possível ser bem criativo ao pensar em receitas com pinhão. Conforme Karoline, vale apostar desde uma sopa com frango e legumes para a janta até rocamboles ou tortas para a sobremesa. “Na refeição com pinhão, também é interessante ter uma fonte de proteínas, como carnes, ovos ou feijões”, ela indica.
Ken conta que já fez algumas criações com seus alunos, como uma crosta de pinhão colocada sobre tilápia, com algumas ervas finas. “Outra experiência que fez sucesso foi usar a semente na produção de um risoto com linguiça. Também fizemos o doce praliné, no qual produzimos um caramelo misturado com o pinhão”, ele lembra. Já Monica sugere fazer uma farofa com pinhão ou um bolinho com a semente.
São diversas as possibilidades de receitas, porém, conforme Ken, “essas sementes só não são mais usadas porque derivam de um produto sazonal”. Existem produtores que congelam o pinhão, mas ele acaba perdendo seu sabor original.